segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O Velho Carpinteiro * Autor desconhecido / Portal da Família

O Velho Carpinteiro

O Velho Carpinteiro


Um velho carpinteiro estava para se aposentar. Ele contou a seu chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas e viver uma vida mais calma com sua família.

Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal, mas ele necessitava da aposentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores empregados e pediu a ele que construísse uma ultima casa como um favor especial.
O carpinteiro consentiu, mas com o tempo era fácil ver que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e se utilizou de mão de obra e matérias primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.
Quando o carpinteiro terminou seu trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e 
entregou a chave da porta ao carpinteiro. "Esta é a sua casa", ele disse, "meu presente a você."

Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora ele teria de morar numa casa feita de qualquer maneira.
Assim acontece conosco.
Nós construímos nossas vidas de maneira distraída, reagindo mais que agindo, desejando colocar menos do que o melhor. Nos assuntos importantes nós não empenhamos nosso melhor esforço. Então, em choque, nós olhamos para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos.
Se soubéssemos disso, teríamos feito diferente. Pense em você como o carpinteiro. Pense sobre sua casa. Cada dia você martela um prego novo, coloca uma armação ou levanta uma parede. Construa sabiamente. É a única vida que você construirá.
Mesmo que você tenha somente mais um dia de vida, este dia merece ser vivido graciosamente e com dignidade. A placa na parede está escrito:
"A vida é um projeto de faça você mesmo."
Quem poderia dizer isso mais claramente? Sua vida de hoje é o resultado 
de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de amanhã será o 
resultado de suas atitudes e escolhas que fizer hoje. 


Autor: Desconhecido
Colaboração: Deny 
Portal da Família
http://www.portaldafamilia.org/artigos/texto081.shtml


sábado, 29 de outubro de 2016

A Lenda das Estrelinhas Magras / Rosemberg Cariri * Antonio Cabral Filho - Rj

A Lenda Das Estrelinhas Magras
Rosemberg Cariri
Apresentação:
Carlos Emílio Corrêa Lima
Rosemberg Cariri e o menino
do balde.
*
A Mui Verdadeira Saga
destes pergaminhos - Rosemberg Cariri
&
Editora:
Secretaria de Cultura do Estado do Ceará /
Livraria Gabriel /
Nação Cariri Editora
Fortaleza - CE 1984
&
Ilustração:
Audifax Rios
***
A Lenda Das Estrelinhas Magras

Era uma vez, numa cidade pequena e perdida nas florestas do Vale do Cariri Novo, um menininho muito pobre que, para ajudar à família, carregava baldes dágua para regar os jardins do cemitério municipal.

Durante todo o dia, o menininho ia do rio ao cemitério, no seu interminável ofício. Às vezes, exausto e faminto quedava-se à sombra de um túmulo e ficava espiando as abelhas voando de flor em flor, no mistério do mel, e as abelhas agitadas num balé de cores.

O menininho carregava o balde dágua sempre com a mão esquerda, e de tanto andar assim foi ficando torto, pendendo para um lado, como a haste de um caniço açoitado pela ventania. Com o passar do tempo, o seu corpinho subnutrido entortava cada vez mais. Tanto entortou que descreveu uma circunferência completa, unindo a cabeça aos pés.

Quando o conheci, ele já tinha esta tortice estranha, isto em épocas passadas, quando as noites eram escuras e densas, sem estrelas nem lua no céu para incendiar de beleza os corações.

A tarde já quase morria, chovia fino, dos túmulos desprendia-se uma névoa suave envolvendo os segredos do entardecer. O menininho, ao me ver, se aproximou, pediu para tirar uma fotografia ao meu lado. Consenti e alegrei-me com a sua presença, nos entretemos a conversar assuntos pequenos. Quando reparamos no tempo, a noite se derramara sobre a terra. Rápido, ele saiu rodopiando no espaço, brincando de disco voador. Saiu voando, voando, cortando o céu com imensa velocidade, até que chegou à grande escuridão, onde derramou seu balde de estrelinhas magras, que com asas de luz povoaram a noite. Sorriu uma lágrima que se fez lua.
*